Quando criança vi meu pai comprar com alegria o quarto dele e de minha mãe, e só depois soube que era usado os móveis.
Na época talvez não soubesse as minhas emoções como defini-las, hoje sei definir o que penso sobre móveis usados.
Uma vez meu cunhado achou um ursinho, deu de presente para minha sobrinha, eu morava com eles e na hora disse me desculpe você não vai criar essa crença em minha sobrinha pelo amor de DEUS. Posso dar um novo para ela de presente.
Minha sogra comprou móveis novos e meu esposo chegou e aceitou as doações da mãe. Eu até então não sabia bem o efeito que estava me gerando aquele móvel.
Pensei a respeito sobre os reboliços. Eu não estava pensando em ter um móvel usado, estava juntando para comprar um novo. Preferia esperar e ter meu direito de construir minha história com meus objetos domésticos. Escolhido entre o casal. Educando para a paciência e para a identidade com o que faria parte do nosso dia a dia e da conquista do casal juntos.
Eu prefiro doar aos que carecem sem vender, para mim tanto faz doar o mesmo para parentes ou desconhecidos, se já me desfrutei tanto já considero que pagou o preço porque não troco por modismo e nem porque enjoei em tão pouco espaço de tempo que não tenho problema de conviver com o que o critério veio na compra.
A geladeira tem 17 anos, troco o motor, os sofás até hoje existem os mesmos desde sempre, reforma se preciso for. A cama primeira, demorei para doar tudo que era parte do suor de labor de épocas dos Correios com salário inicial de R$ 273,00 reais, comprei uma cama box porque a outras nas mudanças ficou estragada de msg, na box e até hoje estamos casadinhas leal, tirei os pés da cama box para não varer por baixo, depois tirei a base para não ver meus dois filhos de testa no chão de uma altura de mais do que o tamanho ideal ao levantar só é sairem sozinho. Amei tanto que até hoje é assim, estilo despojado. Troco os forros. As bases viraram um sofá, se chegar visita vira cama.
Eu creio que desapegar para mim não é sinal de prejuízo se as coisas se pagam pelo tempo e uso se precisar mudar de imóvel e para onde for não couber tudo.
A pessoa que vendeu a meu pai depois soube que foi prefeito da cidade. Isso me fez pensar que não houve compra de votos porque ele vendeu. Kkkkkkkkkkk
O eu mereço para o que pode comprar novo e o fazer feliz dando gratuitamente ao que não pode comprar. A roda da caridade aos que carecem. E generosidade para quem não carece pode ser o passo de dar a quem não precisa, mas merece tipo perguntar quem da redoma dos entes queridos está precisando ou mandar para a lista de contato que tiver dificuldade de se livrar, para alguns esse é o termo que pensei correto. Porque não procurar se desapegar dando a um que precisa e faz parte do seio familia extensa sempre vai ter quem precisa. A felicidade se amplia tanto que vemos que podemos comprar outros e doar felicidade a quem precisa e a quem feliz ficou tanto quanto se faz a quem não tinha nem ideia de quando e se um dia poderia comprar.
Os móveis que ganhei respeitei o lado do esposo e o não esbarrar na ingratidão, nos próximos não quis mais porque já tinha deixado a poeira baixar de um bom tempo e dei sobreaviso. Para não ser de supetão. Não seria o entreposto comercial.
Na história do meu cunhado o urso foi achado na rua, sabe lá Deus se tinha xixi de algum animal ou daqueles que damos aos animais de estimação e poderia ser insalubre e mais ainda uma crença de viver de olhar para o lixo vê se acha alguma coisa que presta. O meu foco era crescer e multiplicar sonhos e lutar para conquistar. Morando com minha irmã ficava com minhas duas sobrinhas ajudando e educando. Elas estão bem uma doutoranda e outra na medicina.
Quando não coloco na calçada e prêmio para quem vIu e precisou. E na bênção do rito de passagem.
Sobra de obra só dá bagunça e tempo de esperar a próxima necessidade. Creio na providência divina que não irá faltar quando precisar novamente.
Nada de energia parada de tranqueira eu gosto, convida-me a limpar. Gosto do fluxo de uso.
Sabe o quanto podemos nos melhorar. Eu procuro por isso e oro bastante a Deus.
Creio que coisa muito cara gera mais apego como busco as mais em conta logo fica mais fácil. Não tenho nada top das galáxias por aqui, só se busca ornamentar a alma e vida humana por aqui.
Não que usado seja para pobre e novo para rico porque tinha certa feita uma geladeira que comprei antes de casar e uma que veio que era da avó de meu esposo que havia falecido. Quando alguém precisou de uma dei a mais moderna de gelo seco e fiquei com a degelo que foi e é até hoje a do casamento. O concertador manda direto meu marido me dar uma de presente. E eu digo quanto foi o concerto R$ 50,00 reais tracar o relê e quanto custa uma nova? E geladeira de presente é para toda a família não de esposo para esposa.
Quando mudei de casa para apartamento doei quase tudo não tinha tempo para focar em anúncios e vendas a espera de quem viesse comprar. Esperar leva muito tempo para mim quando se trata dos outros e esperar que eles venham até.
Sei que o mundo seria menos abismos se o foco no amor e generosidade pudesse fazer a gente abrir mão das coisas e valores que se busca alcançar.
O tempo é para frente e para o alto que se olha e anda. O tempo de divulgar, esperar quem compre eu já andaria léguas em muitas demandas de fazer uso desse tempo em viver. Certa feita meu esposo veio você tem que colocar na OLX. Eu disse quem tiver como meio de vida venda de móveis usados tenha e aqui vai minha visão e opinião apenas. Se fosse meu ganha pão seria especialista porque viveria disso, mas coisas pontuais vai para a cota da caridade e generosidade.
Lembro como hoje eu e meus irmãos solteiros viemos morar na casa de minha irmã mais velha. Quando nos emancipamos financeiramente a níveis de dividir e pagar contas fomos morar os solteiros numa casa. Compramos tudo que precisava para mobíliar cozinha, quartos e sala. Um tempo não muito depois meu cunhado se desempregou e precisamos voltar para a casa de minha irmã para ajudar a eles porque eles precisam de ajuda para manter despesas de consumo e aluguel. Como na casa de minha irmã ela já tinha e nada mais cabia lá de móveis mandamos tudo para mobíliar a casa de nossos pais que precisava de muitas dessas coisas.
O tanto de casas que moramos, sair quando aumentava aluguel e procurar no valor da anterior, nem que fosse inferior se não coubesse no orçamento. Aprendi a não criar apegos em coisas e em lugares, meus vínculos indissolúveis preza pelas pessoas.
Então, se estiver errada, equivocada, careta, radical ou preza em padrões não curados espero que um dia compreenda melhor o fenômeno, mas por hora creio que doar não faz mal a ninguém e o que é do outro fica com o outro e cada um se apropria do que lhe apraz.
Creio que quem comprar por ser mais barato e em boas condições e quem vende porque precisa seria a minha visão mais compreensiva sobre os casos de não doar e vender. Não para quem compra que se ganhasse aceitaria mais ainda de bom grado. Quem compra amaria ter novos por preço que coubesse em seu orçamento não pela exorbitância que é na diferença de preço.
O que seria é um estímulo a amar ao próximo como a si mesmo. Quem puder se desapegar, pois é dando que se recebe.
Por Ângela Santos de Oliveira
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