Quando deixamos de ser contempladores das bênçãos e de uma infinidade de coisas que já temos e não damos valor, quando a felicidade está de posse e não nos entronamos nela, quando ficam parecendo ser coisas pendentes e futuras que pensamos ser o que resta fazer.
Na economia processual da vida, permitir-se a uma soneca, uma tarde de sono muda a percepção de que aquilo não precisa ser feito.
Perguntando aos meus filhos sobre coisas e Joana e Valentim disse que tem muitas coisas que nem precisamos, tem coisas que podemos aproveitar para usar coisas que temos. Perguntei sobre mudanças e eles falaram mamãe não precisa mudar de carro, de casa, de amigo, de família, de cidade, e a lista foi enorme. Finalizando com cuidar do que tem e sempre manter em boas condições o que se tem.
Eu perguntei se queria que comprássemos um carro novo e ele disse e vai fazer o que com o nosso? Não quis nem pensar em deixar ele de lado, desprezar e vender era não ver mais ele. Eles são afetivos de gratidão por humanos e pelas coisas que nos serve. Sei que seremos colecionador, do mais só se cumularmos quando decidirmos comprar outro.
Eu penso que eles estabelecem vínculos com a gratidão pelas coisas e desapegar é parecer virar as costas para o que tanto valor esteve presente nas vivências.
Perguntei o que achava de a gente vender a casa e as lágrimas caíram.
Entendo bem o que são seres que fincam raízes.
Faz-me lembrar de casas de literários que ficam sendo centro de visitações e guardam a memória de uma vida ali.
Lembro que pari Valentim nesta casa a qual me referi acima, que a gente enterrou a placenta e muitas memórias de infância ali.
Fico pensando em quanto os adultos criam ou desconstroem valores nas crianças. Ouvi-las é aprender com elas sobre nossa própria essência, a qual bastante corrompida se nos enveredamos em nós distanciarmos dela.
Aqui em casa as decisões são coletivas. O que faz sentido e tem valores para os filhos são levados em consideração, nos respeitamos.
Quando ouvi deles: quando a gente casar vamos morar naquela casa.
Trocar um casa para uma nova compra de carro não seria educativo para os filhos, que já temos carro. Só porque já ouvi: esse carro não é de uma advogada de sucesso e ou de quem possa dispor de dinheiro.
Sabe quanto se ouve inverdades infundadas a seu respeito e de quantas temos pressões de causar vergonha de falar ou falaria sobre todas elas por não ser algo que merece apreço?
Deposito respeito a quem pensa diferente de mim, e a meu próprio respeito.
Perdoa, pois sabe que muitos não sabem de fato o que dizem.
A essência humana é boa e a inverdade é infundada, nem sempre procedente.
Filtros e blindagem para saber que nosso valor vai além das demonstrações de posse e aprovações.
Li muitos livros sobre riqueza, de fontes diversas. Construi o meu conceito o qual me norteia.
Encontre e procure pelo seu.
O preço é você quem paga.
Aprendi sobre riqueza com alguns depoimentos de ditos ricos em leito de morte, a riqueza que fez sentido ela causa sensações de dever ser, legados deixados, o dinheiro foi consequência dos frutos de boas ações geradoras de tantas benesses, fortuna não era o propósito pura e meramente a se buscar.
Quanto mais se pensa em dinheiro mais ansiedade em ganhar se cria, poupar é difícil, e entra na cadeia da ansiedade que gera mais gastos ainda, pela busca de compensações.
A riqueza verdadeira pode ser bem compreendida por todos nós, basta sinceridade em nós.
Amar acima de todas as coisas, nos ocuparíamos mais com os seres humanos que somos e os que nos cercam e nossas ações seriam em busca do melhor em nós e não no que atrela ansiedade, a corrida louca da busca pelas coisas.
Sejamos autênticos.
Vou citar um exemplo: passei 6 meses com ferrugem no carro, bem no capô do meu carro após uma pintura mal feita e a água da chuva infiltrou e eu arranquei a capa e dei um tempo para dialogar com o infortúnio. Estacionar era uma prova de teste quando de eventos ditos chiques, ao lado dos ditos carrões. E eu só treinando a mim mesma em domar a pressão e cobrança social.
Façam testes consigo mesma e espere domar as suas emoções e verá que subirá uns níveis acima do padrão que se encontrava em relação a si mesmo e a pressão externa ficará mais atenuada.
Por Ângela Santos de Oliveira
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