Sabedoria e ação

Quando escrevo dou testemunho, não leiam como sentença, julgamentos e acusações a seu ninguém. Sem comparativos.
Falar de mim é melhor que falar da vida dos outros.
Vou falar da minha vida e criação.
Minha mãe uma dádiva para mim. Sábia, prudente, incansável, guerreira das ações... 
Até quando adoecia dizia vou deitar aqui, daqui a pouco já estava de pé: no fogão fazendo a comida, na lavanderia, nas roupas. As vezes a casa quando alguém chegava estava cama desforrada e mosquiteiros, mas ninguém viu o que já tinha feito e a hora que acordou. Não julguem. Casa bagunçada não diz muito de ninguém. Não vive lá o tempo todo no antes, durante e depois dos atos e nos dias que estão como espera que estivesse.  Nada ao nosso modo, a moda dos moradores em sua rotina. 
Não atribua as prendas do lar ao meu pai porque ele pescava a km de distância nas cidades ribeirinhas do estado no rio São Francisco e voltava alguns dias na samana porque até para vender o peixe a cidade mais desenvolvida era outra por nome Propriá e não minha Cedro de São João querida. 
Sabe uma mãe de 7 filhos que pisava café no pilão, fazia comidas típicas de preparos desafiando gigantes em tempo em pé no fogão e muitas panelas para raspar depois e lavar então nem se fala.
Sabe aquela mulher que por mais que não tivesse estudo de muitas graduações queria educação para todos nem que fosse para escola na vara para tirar a estultícia, disciplinada no horário solar e na sombra da calçada e nada bem vindo aqui em atrasos. Alinhados feito meio fio e linha de trem de roupa passada a ferro, de saias de pregas engomadas, cabelos penteados. Olhava a cabeça para ver e nunca deixar piolhos povoando, orelhas limpas, unhas cortadas e dentes se não tivesse creme dental mandava arear com sabão ou esfregar com a escova para tirar as comidas. Quando a cárie venceu estava lá no batente das madrugadas para pegar a ficha no posto de saúde, nas filas para o dentista. 
Soube focar na visão clara do que era importante e fundamental. Objetivos definidos para o presente e futuro dos filhos.
Sabia começar pela família, onde tudo começa e na prioridade que nunca vi chegar à fome e não tivesse algo pronto para se comer. 
Não foi desidiosa, negligente, permissiva demais, autoritária no grau certo do limite e acertiva. 
Tenho o Eu te amo na ação e agora dito naturalmente. Na época não era a frase e ação bola da vez. 
Nasceu em mim o modelo que arrasta que veio de meus pais. 
Só obturação em 2 dentes de uma platina federal de não quero trocar por cor branca de porcelanato por estética, de fingir que nunca tive uma cárie. Faltou o creme dental artigo de luxo na época, porque com a mãe que tenho e tive não seria preguiça nem negligência de fiscalização. Agradeço a infância riquíssima  de aprendizados tantos que tenho que honrar a mãe que Deus me deu e dizer que todas são sagradas ao seu modo de ser especial. 
Nossa percepção aguça ver o brilho que tem, assim busquemos. 
Sabe a durabilidade de uma cama de 40 anos não me faz trocar por uma que molhou estraga. O antigo não se faz velho e minha relação com o tempo, idade, utilidade e função aprendi até com meus pais porque pense nos coroas racionais e otimizadores de recursos infindáveis. Descartar para meu pai é espere que pode servir e precisar. Ditado dele: quem guarda tem. Não meta os pés pelas mãos, não coloque a carroça na frente do burro, para quer se jogar no mar e nadar braçadas para o navio que está vindo, aguarde mais um pouco. Vai mudar o que? Para quer isso ? 
Ninguém nasce miserável em meio a sabedoria e ação. Países como a Babilônia desenvolveu riquezas. Toda riqueza honesta é sabedoria e fluxo correto com leis divinas.
A maior pobreza e riqueza vem do espiritual. 
A idiotice, bestialidade, estupidez, vergonha e inveja geram caos, desordem de vida. 
Se acolher, amar tudo que é você em sua realidade concreta, seguir com o que tenha, segurar firme e seguir cheio de ações e sonhos.
Visão clara no crescer e multiplicar.
Por Ângela Santos de Oliveira   

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